Friday, 4 April 2008

As manchetes dos jornais

Caros colegas,

Vocês já repararam que, desde a Marcha, alguns jornais parecem apostados, conscientemente ou não, em contribuir grandemente para a campanha difamatória iniciada pela S.M.M.L.R.? Os exemplos de que aqui falo são isso mesmo, exemplos. Não posso ler todos os jornais, mas de acordo com os comentários que fui lendo ao longo deste tempo nos jornais de maior distribuição não-gratuita (os quais não abordo aqui...), existe mesmo um certo sentimento negativo relativamente à actual contestação dos docentes portugueses.

Casos como o do Correio da Manhã e a sua primeira página "PROFESSOR MATA DOIS IRMÃOS", ou ainda hoje, dia 4 de Abril, no jornal Destak a manchete "DOCENTE ACUSADA DE DIFAMAÇÃO POR PEDIR LIVRO DE RECLAMAÇÕES".

E o que têm de estranho estranho estes casos?

No primeiro caso, deparei-me com informações contrárias noutros jornais, que informavam o homicida em causa ser médico. Embora possa leccionar na faculdade, não me parece ser essa a profissão com que se apresentaria a pessoa em causa, mas sim como profissional da saúde; mas uma manchete com a palavra PROFESSOR àquela data vendia muito mais (pelo menos é deste prisma que eu prefiro pensar no caso...).

No segundo caso, quando começo a analisar a notícia no interior do jornal, plenamente convencido que o caso ter-se-ia passado num estabelecimento de ensino ou de qualquer maneira ligado à profissão docente, que justificasse a nomeação da profissão da pessoa, qual não é o meu espanto em verificar que a dita senhora está já reformada da docência, e além do mais o incidente se passou numa normal superfície comercial. Qual é o objectivo do uso inapropriado da palavra PROFESSOR? É que este jornal nem sequer tem de captar público, já que é gratuito, estando disponível a todos em vários pontos da cidade para quem o quiser levar...

Não afirmo com isto haver uma qualquer teoria da conspiração por trás disto, mas simplesmente penso que os editores dos jornais deviam lembrar-se que este tipo de manchetes (no caso do Correio da Manhã a ocupar três quartos da primeira página) leva a uma desautorização passiva dos docentes, pois os adolescentes absorvem muito facilmente este tipo de modelos de desafio à autoridade...

Não estou também a pedir censura, já que é algo que abomino. Peço apenas a estes senhores e senhoras alguma contenção e respeito pelos valores da verdade, do equilíbrio e da notícia informadora e não denunciadora.

Aos colegas, peço que permaneçam atentos e denunciem junto dos seus próximos e pares estas situações, para que a nossa luta não se jogue à base de inverdades.

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