1. Apelidando publicamente Chávez de ditador (duas vezes), relembrando algumas das suas frases famosas ("Robert Mugabe é um libertador do povo") e denunciando favorecimentos políticos a familiares do Hugo, a saber:
- o pai é governador do estado de origem da família Chávez Frías, Barinas;
- a mãe, presidente de uma associação para crianças, desloca-se sempre numa caravana de jipes com escolta paga pelo Estado;
- o irmão Argenis é secretário de estado de Barinas, o único estado venezuelano que tem este cargo, e vai suceder ao pai, que teve um ataque cardíaco recentemente;
- Aníbal, outro irmão, é presidente da câmara de Sabaneta, cidade natal da família;
- Adelis, também irmão, trabalha para o banco que gere muitos negócios estatais, o Sofitasa;
- Adan, ainda outro irmão, é o actual ministro da Educação da Venezuela;
- Asdrubal Chávez, um primo, é vice-presidente da Petróleos da Venezuela.
O jornal relembra também as recentes tentativas de acabar com as limitações às recandidaturas, presentes na Constituição. O seu último mandato legal termina em 2013; veremos como encara ele esta data...
2. Na secção Fórum, Manuel Serrão mostra que não se intimida com a resposta dada por Estrela Serrano (da Entidade Reguladora da Comunicação Social - ERC), usando do Contraditório para renovar as suas críticas e apontar que, no seu texto, a D. Estrela assume peremptoriamente a existência de "pressões" exercidas pelos acessores do Priomeiro-Ministro sobre a Comunicação Social, ao justificar a sua afirmação infeliz de que "com Tony Blair é pior". Expresso aqui o meu DIREITO DE EXPRESSÃO DE OPINIÃO: se na Grã-Bretanha acontece este tipo de pressões, em Portugal isto devia ser notícia de escândalo, e não termo de comparação com o caso português. Critica-se a censura do Estado Novo, e temos agora de defender-nos duma instituição moralizadora e com poderes punitivos sobre jornalistas e orgãos de Comunicação; isto é ambíguo, hipócrita e muito preocupante!
3. No artigo acerca da propaganda do ministro das Finanças sobre a confiança que devemos ter no "sistema de regulação e supervisão do mercado financeiro português" (no qual eu não confio nem um bocadinho, e qualquer cidadão atento verifica ser tão sujeito à corrupção como num país sula-americano, como a Venezuela), João Andrade Costa informa que Zapatero (socialista), Gordon Brown (trabalhista) e Lula da Silva (comunista) apoiam a criação de um "organismo internacional para regular o sistema financeiro internacional." A mim cheira-me a concertação de esquerda a nível superior, global, planetário.
4. Finalmente, li com alguma preocupação, no artigo de Filipe Garcia, a seguinte frase: "o Deutsche Bank, mais individado que a média (...), tem passivos de dois biliões de euros, ou seja, mais de 80% da dimensão da economia alemã! (...) salvar o banco? Seria necessária a coordenação do BCE com todos os governos europeus...". E isto é um banco apenas! Mas o artigo continua, informando que "Trichet disse na terça-feira - para quem quis ouvir - que o papel do BCE é de fornecer liquidez, mas não tem responsabilidades sobre problemas de solvência dos bancos." Também considero que o mercado devia regular-se a si mesmo, e que não deveria ser uma organização supra-estatal, como o BCE, a garantir a saúde financeira de bancos privados; mas numa Europa suportada em ideais "sociais" (ver artigos anteriores), esta declaração não é minimamente promotora de confiança num futuro risonho...
1 comment:
Essa concertação a nível global é exigida e propalada no Manifesto de Marx e Engels... Nada de surpreendente, portanto.
Post a Comment