A luta de uns e as gaffes de outros

Pela voz de Francisco José Viegas, algumas palavras:

"No fundo, é essa a primeira função do Estado moderno: manter a segurança, ser corajoso na defesa dos cidadãos, ser exemplar na punição dos criminosos.

"A nossa vida está na mão de pessoas que não conhecemos mas que nos conhecem bem e que se escondem nos arquivos do Estado.

"A democratização do ensino tem as costas largas – e deve atribuir-se grande parte das culpas (da falta de condições) à incúria, irresponsabilidade, desleixo, apatia e falta de sentido de Estado dos responsáveis da Administração Escolar (desde o Ministério às Câmaras) durante os últimos vinte anos, sejam eles quem forem.

"A liberdade não existe sem liberais, ou seja, sem pessoas que prezem a liberdade. Ou seja, quando é a sério, ninguém liga. Mas o mais grave nem é isso. É estarem a adormecer cada vez mais pessoas, e ao mesmo tempo.

"Livros felizes ficam; os outros queimam-se (citando a "Happy Endings Foundation").

"A proibição de fumar em restaurantes, contra a vontade dos proprietários é contra a liberdade de escolha.

"O Estado tem grandes ideias sobre a nossa vida conjugal.

"Um dos valores da nossa sociedade é precisamente o que nos manda proteger (...) dos sensatos polícias da imprensa e da opinião.

"Augusto Santos Silva (...) torna-se por desejo ou por omissão, um dos responsáveis por esse golpe contra a liberdade (a Entidade Reguladora da Comunicação Social). Podemos confiar nesta gente?

"Vamos ser claros. A coisa é esta: estamos todos debaixo de fogo (...) os que prezam a liberdade, o debate e o riso.

"Portugal está cheio de velhos e de novos estalinistas.

"A inversão do ónus da prova, seja qual for a circunstância, é um ataque aos direitos e à dignidade dos cidadãos - pelo Estado ou diante do Estado.

Pela voz do governo, para quem a "educação é área prioritária":

"É ali que os alunos vão ter aulas? Pensei que fossem os contentores das obras." (uma gaffe à José Sócrates...)

"São monoblocos para os alunos terem aulas, eles depois nem querem sair daqui." (Maria de Lurdes Rodrigues)

Fonte: Correio da Manhã

E pela voz de outros:

"Alguém acredita que, quem tiver acesso à informação, seja ministro, deste governo ou de outro, chefe de polícia ou secretária de qualquer coisa, não vai bisbilhotar por onde a respectiva mulher (ou o marido) anda e identificar o amante (ou a amante)?" (Tomás Vasques)

"O que a sensatez exige é que o Estado e a lei não se metam no que não é do Estado e da lei." (Francisco Louçã)