Thursday, 15 January 2009

E eis que o cerco aperta em torno dos amantes da sua liberdade como indivíduos. O Estado quer agora mandar até nas células estaminais presentes no cordão umbilical dos recém-nascidos. A exemplo do que fazem com o sangue, vão criar um Banco Público de Sangue do Cordão Umbilical, que na prática facultará a qualquer pessoa as células estaminais dos bebés portugueses.
Aplicada ao caso do sangue, esta prática parece justa e democratizadora do acesso às potencialidades destas células na cura de algumas doenças, mesmo para quem não tem dinheiro para suportar o seu armazenamento no sector privado, numa das várias empresas que o fazem a troco de cerca de 1000 euros por um período de 20 anos. Contudo, pode haver propósitos mais perniciosos, e caminhos obscuros por detrás da criação deste Banco. O armazenamento e aplicação destas células obrigará a testes muito mais intrusivos que os feitos ao sangue, assim como a mapeamentos genéticos que ficarão armazenados juntamente com o sangue, "para efeitos de teste de histocompatibilidade". A questão que se põe é que já diversos países autorizaram a utilização de informação proveniente do mapeamento genético para definição de certos parâmetros da vida do cidadão, como o cálculo do prémio dos seguros, as prestações das casas, ... Esta prática é já corrente na Finlândia tão amada pelo nosso primeiro-ministro.
Havendo um local público onde todas estas informações podem ser facilmente adquiridas, será apenas uma questão de tempo até que se torne também corriqueiro as nossas empresas seguradoras e bancárias fazerem-no no nosso verde país. Sabendo que já nasceu a primeira bebé do mundo sem gene para o cancro da mamã, POR INTERVENÇÃO LABORATORIAL, ligar os pontinhos tornou-se uma actividade muito preocupante! Será que, depois das eras da selecção natural e da selecção artificial, atingimos a era da selecção genética?
O caminho que percorremos é o desconhecido caminho divino, mas há muito que o mortal humano perdeu o receio de ser deus de si próprio...

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