Friday, 20 March 2009

Qual é a conta?

Por falta de tempo e disponibilidade, tenho dado a outros tempo de antena no meu espaço, mostrando a outros e a mim próprio que não berro no vazio, que não vivo isolado no meu amargo sentimento de constante estrangulamento de liberdade. Contudo (e sabendo que esta frase demonstra um alto grau de paranóia) o nosso sócrates parece apostado em fazer-me ter um aneurisma por excesso de retenção de ódio.
Esta semana o governo socialista resolveu mais uma vez meter o dente no pão alheio, e tendo magoado o dente num grãozinho de sal mal dissolvido, resolveu meter o nariz na vida alheia MAIS UMA VEZ, e usando o velho argumento da saúde (Mens sana in corpore sano na versão grega, Volksgesundheit na versão alemã) definiu qual a quantidade de sal a incluir no pão. Na minha visão do mundo, eu decido qual o pão que como, e o meu palato ajuda-me na decisão baseando-se também na salinidade do alimento. Se uma padaria faz pão salgado e eu não aprecio o sabor, deixo de lá comprar pão; se muita gente concordar com a minha decisão, a padaria ou baixa o nível de cloreto de sódio no pão ou fecha por falta de clientela - esta é a lei do mercado, esta é a lei que respeita o direito do indivíduo à decisão.
Agora uma pequena lição de Biologia para o nosso sócrates: cada indivíduo é único, não apenas na aparência física, mas também a nível fisiológico, e o nosso organismo manifesta muitas vezes a necessidade de certos ingredientes reagindo efusivamente quando os ingerimos em algum alimento (através de uma intensa sensação de prazer atípica, ou de súbitos ataques de apetite). O sódio, pelas funções que exerce no nosso corpo, é essencial, e a sua ingestão de importância suprema. Estudos mostram que o sal pode estar na base de alta pressão arterial, mas há muita gente que tem natural baixa tensão, pelo que a ingestão de sal é para estes um factor altamente benéfico. Ao baixar o nível de sal na sua dieta quotidiana de pão, o governo está a prejudicar estes indivíduos, alguns deles de forma severa, pois o pão é a base da sua alimentação diária. Concordo que os nossos hábitos alimentares estejam um pouco distantes do aconselhado pela Organização Mundial de Saúde, mas tenho a certeza que quando esta organização quantifica a ingestão máxima aconselhada de certo nutriente, divulga com certeza para o indivíduo consciente, e não para o organismo governamental que detém o poder em cada país.
Como se não bastasse, sussurram os ventos do Sul (e grita-o o propagandista Destak) que o governo está disposto a DAR 250 milhões de euros em mais ajudas sociais, nomeadamente para os desempregados pagarem as prestações das casas e para os pensionistas que recebem abaixo do salário mínimo. Se o dinheiro caísse do céu, provocaria muitas fracturas e hematomas cranianos! Ora, em primeiro lugar os velhotes já deviam ter sido alvos dessa "gentileza" há muito tempo, e com a inflação tão baixa com certeza aguentariam como até aqui até a retoma chegar; em segundo lugar, porque há-de ajudar o actual desempregado a pagar a sua prestação se não se preocupou até agora com o assalariado precário, se acabou com o apoio à aquisição de casa pelos mais jovens, se não apoia o emprego jovem de forma realmente sustentada e estável, se aumenta os impostos sobre quem ainda consegue produzir alguma coisa? Porque há-de haver dinheiro a rodos agora para os que estão neste momento no desemprego quando a bancarrota da Segurança Social é apregoada como certa num tempo não muito longínquo? Porque se fala em aumentar a idade da reforma até ao infinito se a força activa do país está a braços com uma das mais graves crises de emprego que este país já viu? Será realmente importante assegurar que estes otários que não souberam programar a sua vida para além da governação guterres, e assim hipotecaram o seu futuro, mantenham a sua propriedade, mesmo quando não souberam prevenir tempos difíceis?
SERÁ QUE VALE A PENA PÔR PORTUGAL "NO PREGO" PARA MANTER INACTIVOS E DESCANSADOS OS INÚTEIS DESTE PAÍS? Quando se vai levantar alguém - político, jornalista, comentador, a Vuta que pariu - e perguntar DE ONDE VARALHO ESTÁ ESTE DINHEIRO TODO A VIR? DE ONDE CHOVE TANTA GENEROSIDADE? COMO IREMOS NÓS PAGAR ISTO? O que estamos nós a ceder a quem sustenta esta orgia de ajuda social? Pedir emprestado para comprar o pão ao pobre, em vez de ajudá-lo a levantar-se e trabalhar vai sair caro, muito caro. Resta saber como seremos forçados a pagar, a bem ou a mal!

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