Sunday, 27 September 2009

A benesse do Relativo

Por mais estranho que possa parecer dizê-lo, esta terá sido o melhor resultado nesta noite eleitoral.
O PS era o vencedor esperado no actual panorama de crise, em que metade do país, e arrisco-me a dizer, a quase totalidade dos lares portugueses está subsídio-dependente; o BE chegou, viu e falhou. Estes marxextremistas com ideias de nacionalizar Portugal arrebataram os verdadeiramente socialistas e subiram o suficiente para berrarem VITÓRIA ao PCP. Estes últimos, como sempre, venceram-se a eles mesmos... o que até nem era preciso, já que só o simples facto de manterem representação é já em si um ganho. O PPD, ou PSD, ou PP europeu, ou o partido pseudo-liberal, ou que raio seja aquela mancha laranja neste momento, deve perceber que o Primeiro-Ministro é o representante actual da social-democracia em território luso, pelo que o espaço político dos "nem peixe nem carne" tem de ser redifinido, ou pela mudança de líder e com uma estratégia mais liberal, com Pedro Passos Coelho, ou mais populista com um Luís Filipe Menezes, ou ainda mais do mesmo com Rui Rio. De qualquer forma algo tem de mudar, porque o país tem de ter um líder fora do PS quando a crise acabar, daqui a 3 anos...
A minha análise de perfeição acenta na seguinte premissa: o PS só tem maioria parlamentar com o CDS ou o PSD (a Esquerda Unida não é solidamente viável a longo prazo, apenas nas presidenciais), o que salvaguarda alguns direitos empresariais, e alguma segurança para a formação de empresas empreendedoras e manutenção daquelas ainda no activo. Ora, o CDS é aqui a pedra de toque, já que tem mais voz que o BE, e sozinho consegue viabilizar agendas, o que lhe garante promoção de algum do seu programa.
O BE não é inútil nesta história, já que ganha muita voz a defesa de direitos individuais e civis. Juntas, as vozes do CDS e do BE defendem o que eu sinto certo, não tendo o PS qualquer hipótese de manter a postura arrogante e impusitiva que demonstrou até ao último momento, na crítica do sócrates ao outro por não felicitá-lo! Mas essa atitude será o fel na hora de negociar. Muito terá o sócrates de engolir, e não o fará por muito tempo...
Nas presidenciais, se ganhar o Alegre, serão antecipadas eleições baseadas na instabilidade da Assembleia, no sentido de completar a cena socialista; se ganhar o Cavaco, sê-lo-ão com o objectivo de conseguir governo laranja. De qualquer forma, isto é uma situação temporária. Como conclusão, apenas posso respirar de alívio. Não tenho de zarpar de Portugal, porque por enquanto a situação está minimamente equilibrada. Deus abençoe as maiorias relativas!

No comments: