Ontem fui ver um filme. Ontem vi história perante os meus olhos. Ontem chorei por dentro com medo que estejamos cegamente, por desespero, a caminhar em direcção aos erros do passado. O problema é que não conhecemos o passado, apenas a versão que nos contam, e essa é incompleta, pois somos sempre considerados, enquanto estudantes, demasiado limitados para compreender todas as perspectivas de um acontecimento. Quanto a isto, deixo aqui uma nota de respeito ao sr. Clint Eastwood, por ter feito dois filmes a relatar um mesmo acontecimento, mostrando que uma verdade pode ter sempre mais que uma versão, e que ambas podem ser igualmente válidas.
Voltando ao filme, mostrava uma época contorbada da história americana. No país da liberdade e dos direitos individuais, um presidente surgiu em altura de crise com um New Deal: mais poderes federais, menos poderes estatais e individuais, a bem da Ordem e do Progresso. Em consequência da aceitação pública deste acordo, ascenderam homens sem carácter nem escrúpulos, preocupados apenas em forçar a sua moral sobre os outros, sem olhar a meios para atingir os fins. Nos anos desta presidência, a Constituição Americana, um dos mais importantes documentos humanos, foi calcada uma e outra e outra vez. Da Lei Seca aos campos de concentração para nipo-americanos, passando pela formação e fortalecimento de um Departamento Federal de Investigação sem controlo e bem fundeado, foi-se criando um regime de medo face ao nome "federal", que ainda hoje subsiste no subconsciente de cada um. Será fundamentado? O Acto Patriota responde à questão.
Bush foi o novo Wilson, mas Obama não é mais que o novo Roosevelt. Defensores do progressismo, o primeiro criou as bases que o último aproveita agora para "transformar fundamentalmente a América". Mas para que é que alguém "transforma fundamentalmente a América", se na sua base constitucional, esta já era perfeita? Da liberdade nasce a criatividade, da necessidade nasce a iniciativa, do investimento pessoal nasce a prosperidade. Foi esta a lição que os Fundadores deixaram ao povo americano e ao mundo, mas que o mundo se quis esquecer desde as governações intrusivas do início do século XX. Os anos 80 foram um sopro de esperança, mas a escuridão asfixiante parece de novo estar a abater-se sobre a Humanidade.
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