Wednesday, 20 February 2008

Rumo a seguir...

Pois bem, aproxima-se o ano de 2009, o ano de decisão sobre se entramos numa ditadura sem personalidade, ou se ganhamos personalidade nós próprios e passamos a conduzir o vagão da nossa vida pelos trilhos que achamos mais correctos.
Ora sendo professor, e estando AINDA num país democrático, vou começar aqui a defesa das minhas ideias sobre política educativa. Contudo, e num acto de reconhecimento da minha ignorância relativamente ao funcionamento concreto das escolas (embora tenha estagiado numa ainda há bem pouco tempo, não se compara o trabalho quotidiano e regular numa direcção, numa secretaria ou nas rédeas de várias turmas sem qualquer apoio humano no decurso das mesmas).
Deixo aqui um pensamento que me invade de tempos a tempos: porque é que as pessoas que, sem apoio de auxiliares de qualquer espécie dentro da sala de aula, desenvolvem a sua actividade de tentar tornar conteúdos programáticos em conhecimentos e desenvolvimento de competências, só recebem visitas de alguém para criticar o seu trabalho, sem perder o devido tempo a compreender o público que esta personagem tem à frente, nem quais as dificuldades que este encontra na sua actividade.
Como se ainda não bastasse, submetemos estas personagens a horas de trabalho exageradas (a preparação de aulas, elaboração de fichas de trabalho e de testes, correcção das mesmas, proceder a avaliações ponderadas e justas, apoiar os alunos com maiores dificuldades, elaborando currículos alternativos e trabalho suplementar para permitir que conseguem melhores resultados, preparação de actividades extra-curriculares, de visitas de estudo... (a lista não acaba!), isto sem lhes dar, como seria plenamente justo, todas as condições para exercerem a sua profissão. Por exemplo, como podemos exigir que um professor apresente o fruto dos seus trabalhos em formato de documento digital, sem lhe fornecer, na escola, condições para tal (a todos estes profissionais). Porque pensemos um pouco, quem obriga um trabalhador das finanças, seja qual for o seu posto, ninguém o obriga a carregar nem sequer uma máquina de calcular no seu lar!!! E também ninguém o obriga a levar trabalho para acabar em casa. O que ficar por fazer, é feito nas 8 horas de trabalho do dia útil seguinte...
Por agora, deixo aqui no meu espaço de intervenção a voz de indignação daqueles que sofrem neste momento a opressão de quem resolveu seguir o sonho de educar.
Paz e bem a todos!

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