critica a Diario de um skin

Saudações,

Acabo hoje de ler um livro chamado Diario de um Skin, que relata as peripecias de um jornalista pelos submundos do neonazismo skinhead espanhol... É um livro impressionante, e deixa na meta final um tal sabor a odio destilado a essas gentes que mete impressao. mais ate pelo facto de o texto falar tao contra estas ideologias e sentimentos extremados. A verdade é que se torna impossivel a compreensao dos actos de vandalismo e puro desrespeito pelo humano na actividade destes grupos.

Ha varias incongruencias e incoerencias entre o discurso e a actuaçao dos neonazis espanhois "os que sao estudados neste texto) é atroz. Como já muitas vezes afirmei nas tertulias politicas acerca desta facçao politico-social que os nazis representam, e as palavras deste jornalista infiltrado comprovam-no, o nacional-socialismo é a expressao maxima da ditadura esquerdista, com um teor de racismo e xenofobia à mistura, mas que para mim nao chega para tornar isto uma questao de direita, antes uma questao de totalitarismo. É contudo marcadamente uma ideologia esquerdista. Se duvidam, leiam acerca do assunto, e nao vao atras do vigente, ok?

Esta intolerancia face ao diferente, que os faz serem incoerentes na aceitaçao, por uma questao de numero, de elementos que a partida se lhes aparecessem a frente eram espancados sem dó, esconde apenas a vontade de ser diferente, de ser fora do normal e como tal aceite dentro de um grupo.

O discurso nazi centra-se no respeito pela natureza, no individuo dentro da sociedade, nos direitos dos trabalhadores, numa sociedade justa, equilibrada, respeitadora dos cidadaos nacionais acima dos estrangeiros, promotora de liberdades quanto ao tempo, ao espirito e a pessoa humana enquanto individuo social... tudo isto colhi dos testemunhos contidos nesta obra, assim como o significado de 88 (Heil Hitler), as 14 palavras, etc...

Onde se insere nesta filosofia o ódio, a violencia e a guerra? O autor esclarece: nas palavras idilicas de A.Hitler (18), a guerra é o caminho para a salvaçao, o autor descobre que o odio racial é o combustivel de inflamaçao de almas jovens, em busca de uma orientaçao inexistente nesta sociedade sem tempo e apenas preocupada com a produçao cada vez maior de inutilidade, e a violencia vem apenas como consequencia de uma falta de valores morais generalizado no Ocidente de hoje (que por sinal baseia-se apenas na historia antiga e recente de lideres imortalizados e ensinados como valorosos, quando nao mais fizeram que eternalizar o valor da guerra...).

Estou com vontade de estourar de raiva, por sentir que algumas das coisas que a ideologia nacional-socialista tenha sido impregnado pela existencia de um homem que inflamou toda uma naçao a encetar uma limpeza etnica, e hoje em dia levar os seus seguidores a defender que tal nunca aconteceu.

É importante que as liberdades aumentem, sim, mas tal nunca acontecerá com o nazismo.

É importante lutar pela aboliçao do aborto, sim, mas o direito a vida deve ser universal, e nao revogado só porque nao gostamos do halito do gajo ao lado.

É importante ser possivel expressar as nossas ideias publicamente, sem restriçoes, sim, mas devemos ser coerentes e nao usar esse direito para expressar o nosso desejo de limitar liberdades.

É importante a busca espiritual de um maior equilibrio, sim, mas nao à custa de uns espancamentos e aniquilamentos inocentes.

É importante o sentimento de pertença, sim, mas com a coerencia que tal sentimento exige, nao se devendo defender a continuidade da raça branca e desatar a assassinar e inutilizar "irmãos brancos" só porque apoiam uma equipa de futebol com as cores contrárias às nossas.

É importante lutar na rua, em casa, na vida e até à morte pelos nossos ideais, sim, mas sem nunca passar por cima do direito de ninguém à opinião, e respeitando sempre o direito à integridade fisica e psicologica de cada um.

É importante ser alguém, sim, mas não à custa da aniquilação de outro alguém, com tanto direito à existência como nós próprios.

É importante ter amigos e sorrir, sim, mas nao sorrir à custa da desgraça alheia, pois não sabemos como reagiriamos se estivessemos na sua situaçao, na qual também agradeceriamos qualquer ajuda - preta, mestiça, mulata ou índia...

Saibamos ser humildes o suficiente para saber que somos TODOS graozinhos na imensa praia, e confiantes o suficiente para compreender que unidos temos a força e a resistencia de uma rocha, mas desunidos, nada nos vence em permeabilidade a tudo o que nos ataque...


Paz e Bem, irmaos de sangue, de coração e em Deus.