Peço desculpa por não ter legendas. Ver antes de ler.
Aqui vão alguns factos sobre os "factos" da Parte I do filme Zeigeist.
O documentário afirma que Dyonisus, ou Dionísio, foi um professor viajante humano que pareceu na Grécia 500 anos antes de Cristo. É mentira. Dionísio era, na tradição grega, o deus do vinho e da festa, tendo na tradição romana o nome de BACO. Isto poderá ser tirado a limpo numa rápida pesquisa pela net. Acrescento que um deus é imortal, só podendo ser extinto por deuses, e portanto nunca pela crucifixão. Zeus, seu pai, chegou a considerá-lo o maior dos deuses do Olimpo, o que se associa ao título enunciado no filme, o "rei dos reis".
Attis não "nasceu de uma virgem". A sua origem é esta: uma deusa, Agdistis, nasceu com orgãos masculinos e femininos; os deuses cortaram a parte masculina, da qual nasceu uma amendoeira. Uma amêndoa foi apanhada por Nana, filha do rio Sangarius e posta junto ao ventre, desaparecendo e ficando a ninfa grávida. Quando Agdistis voltou a ver Attis, apaixonou-se por ele, levando-o à loucura e auto-mutilação no dia do seu casamento com a filha do rei Midas (ao melhor estilo "se não és meu não és de ninguém"). Arrependendo-se do seu acto, que tinha mesmo levado à morte o pobre Attis, fê-lo renascer como um pinheiro.
Horus é um deus egipcio, sendo as suas referidas "encarnações" os conhecidos faraós, que eram vistos como divinos exactamente por serem apenas a forma humana de Hórus (todos e cada um deles). Como se sabe, os faraós não faziam milagres, mas eram reis de uma terra, o Egipto. Esta terra dividia-se em duas, governadas no início por dois deuses, Horus e Set; Horus é considerado vencedor da batalha que permitiu unificar as duas nações. A noção de morte e ressurreição de Horus vem do mito do dia e da noite, nunca ele foi enterrado três dias e ressuscitado.
Mithra, supostamente aparecido 1200 anos antes de Cristo, é mais uma entidade divina inventada, na cultura do Zoroastrianismo. É um semi-deus, pertencente a uma tríade de seres divinos, responsável pela ordem do Universo e pela origem da luz cósmica, associável no contexto à estrela Sol, protector da verdade e da justiça. Não tem data de nascimento definida, mas antes um dia celebrativo, sendo este condizente com a explicação solar por causa da responsabilidade a si atribuída na manutenção da luz do sol. Os 12 discípulos referidos são difíceis de ter existido, pois tratando-se de uma entidade pagã, sendo o seu símbolo e objecto de adoração o Sol, nunca existiu materialmente, não podendo portanto ter ensinado nada a ninguém. Quanto à morte e ressurreição, a mesma explicação de Horus aplica-se, pois é uma tentativa de explicar a sucessão dos dias e das noites. Era chamado "A Luz", "A Verdade", entre outros, pois eram os adjectivos que eram atribuídos ao Sol, como fornecedor de calor, luz e vida. Era adorado também ao Sunday, pois "Sun=Sol ; Day=Dia".
Quanto a Krishna, nas minhas pesquisas encontrei como dia do seu nascimento o 18 ou 21 de Julho de 3300 antes de Cristo. De acordo com um texto sagrado hindu, Bhagavata Purana, terá nascido de um casal, um homem e uma mulher, mortais, sem contacto físico, apenas por transmissão mental da cinta do pai, Vasudeva, para o ventre da mãe, Devaki. É uma personagem da tradição hindu, adorado como tal, mas sobre quem nem os próprios hindus entram em acordo, afirmando uns que ele não tem corpo material, outros que ele morreu ao ser confundido com um veado, quando se escondia atrás de um arbusto, e atingido mortalmente por uma seta.
Bethlehem (Belém) é uma cidade do Estado de Israel, cujo nome se traduz literalmente como Casa da Carne (em Árabe) e Casa do Pão (em Grego e Hebraico), e não Casa do Trigo, desconstruíndo toda a analogia construída no filme.
Manou, ou melhor dizendo Manu, é para os hindus, o pai de toda a Humanidade, podendo ser associado na Bíblia mais depressa a Adão, o primeiro homem e governador da Terra, do que a Moisés. Outra personagem que é associada a Moisés é Minos de Creta, outro filho mitológico de Zeus, desta feita com Europa, sendo portanto também associado com os deuses gregos. A parecença do seu nome com o de Manu e Mannus (da Alemanha) fez os linguístas colocar a questão se esta palavra não estaria associada ao título real, significando em si mesma a palavra REI. Relativamente às Tábuas da Lei, era normal na época escrever em pedra, para perpectuar a Lei. O único Mises (nome também presente no filme) que encontrei na pesquisa foi Ludwig von Mises, um político austríaco do século XX.
Ainda quanto aos Três Reis na constelação de Orion, em conjugação com a estrela Sirius, como demonstração da ignorância cristã, convém referir que no mesmo Livro vem a constelação referida em três ocasiões no Antigo Testamento, retirado do livro sagrado dos judeus, a Torah, que datam desde há 5 mil anos. Estas referências são no livro de Job 9:9 e 38:31, e ainda no livro de Amos 5:8. Esta constelação era portanto de conhecimento muito mais antigo do que as Escrituras no Novo Testamento. A juntar a este facto, temos a consciência de que a Igreja não sabe o verdadeiro dia de nascimento de Jesus Cristo, e que adoptou o dia do Solstício de Inverno, o dia mais importante no império que institucionalizou a Igreja de Cristo: Roma, através de Constantino. Obviamente que algumas datas pagãs foram readaptadas a festas cristãs, para ajudar os crentes na elaboração do calendário festivo.
Uma rápida pesquisa permitiu desmanchar os principais argumentos apresentados pelo filme, ferindo-o na sua veracidade quanto ao assunto religião, e não deixando incólume o restante filme. Seria desnecessária tanta desinformação, a não ser que tal seja propositada para levar à descrença dos cristãos menos informados. Mas convém sempre ter em mente que a real importância da religião cristã é metafísica, transcendental, virada para a entrega pessoal do indivíduo à causa da interajuda e do amor, e não do dinheiro, NUNCA DO DINHEIRO! Se subverteram a religião, e muitos o fizeram, nada impede cada homem de ir à fonte primeira, as palavras registadas de Jesus, para certificar-se do real sentido da Sua vinda. Que não queiram ser cristãos, aceito de bom grado; que mintam sobre a religião, não gosto. Incito por isso todos os que virem a peça a certificarem-se dos "factos" apresentados, para melhor compreenderem a Mensagem.
O que poderia ser um filme extremamente interessante sobre política actual, e um abrir de olhos e mentes, foi transformado numa monumental mentira logo no seu início, que mancha este trabalho que sem isto seria bestial, mas assim sendo aproxima-se da bestialidade e falsidade semelhante à dos que pretende desmascarar!
Use-se o Mal para fazer o Bem!
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