Monday, 10 November 2008

O silêncio mata...

Na série americana One Tree Hill, uma cena deixou-me com a certeza que, podendo esta ser mais uma sequência de episódios acerca da estúpida vida glamorosa da juventude norte-americana, de alguma forma consegue fugir a este padrão. Embora por vezes as personagens se comportem como autênticas criancinhas, certos pormenores afastam-nos da idiocracia geral que parece ir assolando a passos largos a nossa sociedade. A forma como Peyton (a loira) pega na letra de uma música de NOFX para explicar a Anna (a morena) o efeito do silêncio, da conformidade, da inacção é brilhante, pois é mais do que prova de atenção, é prova de inteligência, sensibilidade e maturidade artística. Deixo aqui a cena em causa, para que a possam apreciar.

Aconselham-me a calar a indignação, por fazer uma figura ridícula quando falo; aconselham-me a juntar-me a um partido, para produzir mudança nos locais "adequados"; aconselham-me a não reclamar, para não sofrer represálias ou não ficar com um alvo nas costas; aconselham-me a refrear-me na revolta, pois se realmente tiver razão, não estarei presente quando o meu filho crescer. Que deixaria ao meu filho como exemplo de pai se fosse cobarde ao ponto de calar? Que futuro lhe reservaria se não me visse como modelo a seguir, mas como cordeiro num rebanho em direcção ao matadouro? Tentarei ensiná-lo a ser livre, pensando; a agir, contribuindo; a viver, protegendo a voz dos que não podem ou não querem falar, por medo ou impedimento.

Esse é o desafio de ser pai nos tempos de hoje: criar mentes independentes, para que a diferença seja força, e não fraqueza!

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