Thursday 18 December 2008

Ser livre ou ser digital... que questão!

Numa era de tecnologia e desenvolvimento informático calculado ao segundo, somos a toda a hora bombardeados com pedidos e alertas para acabar com as impressões, com a utilização de papel como material de backup. O cartaz que reproduzo está espalhado pelos espaços públicos de cidades e vilas deste país, e é apenas mais um exemplo de incitamento à entrega da liberdade a empresas controladas pelo Estado. Qualquer empresa tem como único objectivo o lucro, pelo que deixar de ter uma segurança material em casa, guardada onde possa vê-la e tocá-la, sem necessidade de ter electricidade (lembro que o cartaz é da EDP, e sem energia, não é possível aceder ao computador para resgatar a "factura digital"...), é largar mão do sentido de auto-preservação, de não confiar em quem só tem olhos para o nosso bolso, e não para o nosso cérebro ou peito. Mas não são só as empresas que "aconselham" o recurso ao digital; também as repartições estatais começaram já a sua campanha de substituição da segurança material pelo apenas visível, mas não palpável (lembrando a fé de algumas pessoas em fantasmas). É a perfeita aliança estratégica entre o socialismo e o corporativismo!

Cada um de nós tem a possibilidade de não mergulhar a sua liberdade em ácido. Uma das opções a tomar é não aceitar, sob qualquer circunstâncias, qualquer prova de pagamento ou de contribuição sob a forma digital. Os jornais estão já a aderir à forma digital, alguns até já só existem nesse formato. Podemos escolher esse caminho para "salvar a natureza", como advoga o anúncio da EDP (embora bastasse que a pasta de papel se produzisse usando Cannabis ruderalis, uma planta autóctone do nosso país, de plantação permitida apenas até 1 hectare por produtor, e com uma taxa de aproveitamento de 90%, fosse LIBERALIZADA), ou podemos evitar o caminho que conduz a um 1984 (alusão à alteração de informação para servir o obscuro propósito de PARECER nunca ter mentido).

Só existe uma maneira de conseguir desmascarar a mentira de alteração de dados em formato digital, e essa é manter sempre a cópia material, em papel, das variadas situações de vida que enfrentamos, sejam elas as notícias que habitam diariamente os jornais ou os recibos dos pagamentos que fazemos. A realidade é muitas vezes mais assustadora que a ficção; a de Orwell é assustadora, mas mais ainda se torna se pensarmos nela pintadinha de colorido e substituirmos a face empedernida do Big Brother pela sorridente fronha de alguns dos nossos "governantes", então talvez nos passe pela mente o medo de já estar enterrados em controlo estatal sempre crescente, e percamos umas noites a pensar como queremos viver as nossas vidas: inseguramente livres ou digitalmente seguros...

6 comments:

Anonymous said...

Passei neste blog por acaso, e devo dizer que achei muito estúpido, mas mesmo muito estúpido este post.

Estás a querer dizer que devemos usar recursos naturais limitados, apenas porque o governo não permite a plantação de cannabis ruderalis a mais de 1 hectare por produtor? Por favor.

Acho que estás a ser um bocado do "contra" demais. Pelo que me parece, tudo o que este governo faça, tu estás contra.

A titulo de exemplo, qualquer dia este governo financia a cura do cancro, e tu hás-de dizer "Acho mal terem descoberto a cura do cancro, porque essas pessoas deviam morrer devido ao equilíbrio natural".

Nem tudo é conspiração.

Fica bem

O Peregrino said...

Se o Anonymous se desse ao trabalho de cultivar a própria ignorância, em vez de criticar, veria na obra literária que sugeri o resultado final da aposta na ausência de prova documental material. Este governo quase tudo o que faz, fá-lo com um propósito propagandista e controlador, sem margem para dúvidas, e se duvida disso aconselho-o a prestar mais atenção aos documentos estatais relativos, por exemplo, ao ordenamento do território, publicados mas lidos por muito poucos. Aquilo que eu faço é simplesmente alertar para a faliabilidade dos documentos digitais, e para a sua alterabilidade por agentes externos. Enquanto num papel é notória qualquer alteração, num documento digital, uma variância relativamente ao original passa despercebida. Consegue rebater esta afirmação? Não creio, pelo que o aconselho a como eu não confiar nestes "amigos do digital".

Fique bem!

Anonymous said...

Bom, então aconselho-o a igualmente a cultivar a sua ignorância, pois por vistos não sabe que existem documentos digitais assinados digitalmente (através de uma chave RSA, impossível de crakar) o que permitem uma total segurança da veracidade do documento em causa.

E não, não está a demonstrar a falibilidade do documento digital; está a demonstrar que está contra a política "Defenda o ambiente ao não imprimir". Que eu saiba, a frase "manter sempre a cópia material, em papel" não tem ambiguidade nenhuma.

Fique bem.

O Peregrino said...

Eu tento alertar para aquilo que acho atacar as nossas liberdades, baseio a minha opinião na literatura e no quotidiano, abro os olhos e vejo o mundo. Não concorda com a minha opinião, não leia! Mas quanto à possibilidade de crackar as assinaturas digitais, só um ´TOTÓ IGNORANTE, CEGUETA DE TODO é que diz que algo em informática é impossível. Os magistrados estão agora a queixar-se do programa Citius, supostamente impenetrável; os nossos magistrados estão interessados em destabilização organizacional da sociedade, ou preocupados com a sustentabilidade do pilar da justiça no tripé do Poder? Aconselho-o a lavar os olhos antes de olhar para o punho cerrado, pode ser que compreenda que aquele vermelho provem do sangue dos que se lhe opõem...

Anonymous said...

Bem, desde que passou para a zona do insulto, tenho que terminar esta discussão de baixo carisma.

Já agora, RSA é uma fórmula matemática, e não informática.

Aconselho-o a ler este artigo sobre RSA e encriptação. http://en.wikipedia.org/wiki/RSA

Mais uma vez, tenho pena que não consiga admitir uma outra opinião.

O Peregrino said...

Se considera que alertá-lo para a cegueira da sua percepção é um insulto, peço desculpa. Tento com este blog alertar quem o lê, ser o mais PARCIAL possível a favor dos artigos 37º, 38º e 62º da nossa Constituição (entre outros, mas estes são os que mais prezo). Se este socialismo asfixiante me agonia, como quer que reaja quando vejo esse proteccionismo a um ecofascismo que é até desaconselhável neste caso, a bem da protecção do consumidor? Proteger a Natureza sim (eu sou biólogo porque gosto da Natureza), abdicar de utilizar os seus recursos ao invés de adoptar formas mais respeitadoras de exploração é suicídio. A bem do efeito de prova que mais cedo ou mais tarde tem de ser apresentado, o formato papel deve ser guardado. Qualquer problema informático pode destruir dados numa memória, mas é preciso um fenómeno físico para destruir algo palpável e físico como o papel. Além de que 'o que está escrito, está escrito'!