
Fico espantado como é que a face do nosso PM não enrubesce de cada vez que a "sua verdade" é desmentida por dados provenientes de instâncias cujo controlo lhe foge, como por exemplo o Eurostat, que o deixa ficar mal quase diariamente - veja-se o caso do desemprego, a descer na boca do Governo, a subir nas contas europeias. Com a maior desfaçatez, consegue ele vir a público anunciar recuperações económicas dos portugueses, e financeiras do país; baseia quase sempre os seus argumentos no aumento das exportações, esquecendo o empobrecimento do cidadão médio nacional (facto evidenciado pelo decréscimo do comércio interno, incompreensível na versão de alguns economistas afectos ao PM...).
Ora, na minha modesta e jovem opinião de cidadão que não passou pelas vicissitudes da ditadura, mas as estudou na escola de outros tempos, devo dizer que este governo tomou já medidas e decisões que conduzem, a médio prazo, à possibilidade da instalação de uma institucionalizada autocracia baseada na ideia de sensação de segurança e desenvolvimento tecnológico, largamente propalado na comunicação social.
Exagero?
Observe-se a contratação de uma empresa de publicidade e marketing para a cerimónia de entrega de computadores portáteis (PROPAGANDA). Visto não haver portugueses a quem atribuir os badalados aparelhos, vá de contratar jovens modelos para fingir que os recebem. Mas a sorte desta vez foi adversa ao atrevido e em plena TV nacional todo o engodo foi descoberto. Programado não seria melhor, mas a oposição (que cairia se estivesse no altar, por receios de regresso ao Estado Novo) andava adormecida, quiçá porquê...
Outra medida de preparação subversiva de um estado controlador é aquilo que considero a estupidificação do povo português, tendo para isto contribuído consciente ou inconscientemente, todas as facções políticas e meios de comunicação (de Big Brother's - nome associado à obra 1984 - à massificação do futebol no panorama nacional).
Diminuição de conteúdos programáticos, aparente aleatoriedade na escolha dos conteúdos restantes, obrigatoriedade do uso de máquinas calculadoras (o que dificulta o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático e a mecanização dos processos de cálculo), retirada dos exercícios dos manuais, substituíndo-os por imagens nem sempre esquemáticas, tirada de poder efectivo aos professores e seu enxovalhamento em praça pública ( que apenas contribui para o aumento da violência em ambiente escolar, falta de respeito pela autoridade e consequente aumento do insucesso e abandono escolar), entre muitas outras acções e iniciativas socratinas. Os alunos com poucas posses, se parcas fontes de informação tinham, passaram a ter ainda menos, pois não está ainda tão bem difundida a banda larga entre todos os alunos, os professores sentem-se pouco motivados a dar o seu extra e os livros não ajudam por aí além a aprender mais e melhor...
Atentemos na geração de amanhã, mentalizada para o controlo, as regras, as punições e o governo-estado acima de qualquer crítica, com poderes supremos de decisão e punição...
Quem tiver ouvidos, ouça; quem tiver olhos, veja. (JC)
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