Wednesday, 17 September 2008

Os sermões

Manuel Pinho, qual padre em plena homilia, vem dizer que os preços dos combustíveis deviam baixar de acordo com a aparente descida do preço do barril de petróleo. O presidente executivo da Galp veio dizer que as mexidas nos preços têm de ser ponderadas, porque o preço noticiado do barril de petróleo não é o único factor causador de variação do preço do combustível. O presidente da ANAREC (Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis) acha que isto é a ganância a falar pela Galp e que os preços deviam baixar já.

O pregador, a comissão económica da paróquia e o beato que fala mal fora, mas venera na sacristia.

Compreende-se que já esteja em campanha eleitoral, sr. ministro, mas quanto a assuntos de mercado, promova o comércio inteligente; era um serviço que fazia ao povo, e Portugal poderia assim começar finalmente a funcionar de acordo com as regras da economia, e não ir atrás de nacionalismos fictícios...

Os portugueses são muitas vezes considerados inteligentes, outras vezes estúpidos até ao limite. No caso do combustível, acho que não gostam é de dinheiro, e portanto dão-no a quem o aprecia. Promoveu-se um boicote, informou-se o povo que já tinha resultado no estrangeiro, baixando os preços. O povo, esse indivíduo colectivo, aderiu? I rest my case...

Mas esta polémica traz à baila ainda uma questão: tendo sido liberalizado o preço do combustível, porque não sofreu semelhante remédio o fornecimento e distribuição desse combustível cá no "jardim"? Porque razão não podem as gasolineiras optar entre fornecedores, estimulando assim a concorrência e, consequentemente, o abaixamento de preços praticados na fonte?

Ah, pois é. Estamos no Socialismo, e esta é uma proposta "demasiado" liberal...

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